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A mulher-professora e suas múltiplas ‘skills’

Por: Belisa Rabelo


"O que você quer ser quando crescer?”


Aposto que você, leitora, já ouviu essa pergunta quando era criança e talvez também a tenha feito a outra criança, em algum momento da vida. Mais do que uma curiosidade inocente, ela carrega as expectativas do mundo adulto, que, cedo, já começa a moldar os sonhos dos pequenos.


Convenhamos: ainda que nossa sociedade avance na consciência sobre escolhas e trajetórias de vida, essa pergunta quase sempre se volta para o futuro profissional. E, entre tantas respostas, uma me parece recorrente, principalmente entre as meninas: ser professora.


Talvez não seja tão difícil entender o porquê. Para muitas crianças, o primeiro contato com o mundo do trabalho não acontece diretamente com os pais, mas sim na escola. É ali, no cotidiano das aulas, que elas conhecem o ofício de ensinar e encontram, muitas vezes, em sua professora, a primeira inspiração de profissão.


Recentemente, vi um vídeo em que uma professora cochichava para seus alunos que não seria mais a professora deles. O espanto imediato nos rostos das crianças dizia muito: “Como assim, vou ficar sem minha professora?”. Logo descobriram que era apenas uma brincadeira, mas aquele instante revelou a profundidade do vínculo que se constrói em sala de aula.


No Brasil, lecionar na Educação Básica exige curso superior de licenciatura. A docência é, antes de tudo, uma profissão que demanda sólida formação acadêmica. Exige preparo rigoroso, domínio das ciências e compreensão profunda da pedagogia e dos processos de aprendizagem. É nesse contexto que as ‘hard skills’ da mulher-professora, ou suas habilidades técnicas, são edificadas.


Mas o ser-professora exige ainda mais: requer sensibilidade para perceber o que não é dito, criatividade para transformar dificuldades em caminhos possíveis, paciência para respeitar os diferentes ritmos e coragem para inovar em meio a tantos desafios. O que são essas habilidades se não as reconhecidas ‘soft skills’?


As ‘soft skills’, ou habilidades comportamentais, são aquelas qualidades que vão além do conhecimento técnico e fazem toda a diferença no dia a dia, tanto no trabalho quanto na vida pessoal. Comunicação clara, empatia, colaboração, criatividade e inteligência emocional são meios que ajudam a criar conexões mais humanas e produtivas. Em um mundo cada vez mais automatizado, essas habilidades se tornam o nosso diferencial mais autêntico. Desenvolver soft skills é, acima de tudo, um exercício de autoconhecimento e de olhar mais atento para o outro.


Ainda valendo-me de estrangeirismos, enquanto o ‘hype’ do mundo corporativo exalta a união entre competências técnicas e comportamentais como uma novidade, a mulher-professora já se forjava nesse chão há muito tempo. No cotidiano da sala de aula, ela concilia múltiplos saberes e sensibilidades para exercer seu ofício: desenvolver pessoas nessas mesmas dimensões. Afinal, sob a perspectiva da educação integral, educa-se para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional do ser humano.


Quando escolhi a docência, ainda no Ensino Médio, pensava nos turnos, na rotina dinâmica, na possibilidade de viver do conhecimento. Sempre enxerguei a educação como um campo profissional que exigiria de mim uma multiplicidade de habilidades. 


No entanto, percebo que, em nossa sociedade, essa visão ainda é, muitas vezes, fragilizada. O ser-professora é frequentemente associado apenas à vocação, uma ideia por vezes sustentada em estereótipos transmitidos de geração em geração. Penso que se trata de um grande equívoco que traz em seu bojo muitos riscos, pois o querer ser-professora da criança que sonha pode ser facilmente ofuscado por um viés perceptivo que desqualifica e desconsidera as múltiplas competências técnicas e comportamentais necessárias ao exercício desta sublime profissão. 


Trago essa provocação como uma oportunidade de repensarmos e ressignificarmos, enquanto sociedade, a imagem da professora. É preciso compreendê-la como uma construção profissional complexa, que integra de forma consistente as ‘hard e as soft skills’ exigidas no mundo contemporâneo.


É necessário ir além da figura romantizada e quase mítica da mulher que “nasceu para ensinar” e reconhecer, com seriedade, a profissional que se forma, se atualiza, estuda, pesquisa, planeja, avalia e inova… Muitas vezes enfrentando jornadas duplas, triplas, além de uma série de desafios estruturais que ainda recaem sobre o lugar da mulher no Brasil.


Valorizar a mulher-professora é reconhecer que há, por trás dessa escolha, uma trajetória de formação contínua, esforço técnico, dedicação humana e compromisso social. E essa construção profissional merece ser legitimada com respeito, condições dignas de trabalho e o reconhecimento que verdadeiramente lhe é devido.


Então, quando uma criança disser “quero ser professora”, espero que possamos responder com entusiasmo, reconhecendo nesse desejo a potência transformadora de uma profissão tão exigente quanto essencial. E sim, profundamente recompensadora. 


Um salve para as mulheres-professoras e todas as suas ‘soft’, ‘hard’… e, por que não, ‘power skills’?!

 
 
 

3 comentários


Adhelmar Kuehn
Adhelmar Kuehn
10 de nov.

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Que artigo inspirador e necessário, Belisa! A mulher-professora, com sua fusão magistral de hard skills técnicas e soft skills humanas – da empatia que constrói laços à criatividade que transforma salas em mundos possíveis –, é mesmo o coração pulsante da educação, desafiando estereótipos e reivindicando reconhecimento além da "vocação romântica". Adorei o chamado para ressignificar essa potência, celebrando as power skills que educam integralmente e empoderam gerações. É como uma aula estratégica que nos ensina a equilibrar conhecimento e emoção para vitórias reais! E se aplicássemos essa maestria multifacetada nas apostas, calculando cada jogada com empatia pelo risco e criatividade para o retorno? No 20bet-brazil.com.br/aplicativo/ , você descobre um app que honra essas skills, com odds inteligentes e um…

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