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Os efeitos da pandemia e da quarentena nas crianças.

Atualizado: 24 de jun. de 2022

A vida sempre reserva surpresas e acontecimentos inesperados, porém jamais se poderia imaginar que o mundo se encontrasse em uma situação de pandemia, em que rotinas e modos de vida tivessem as rotas tão alteradas.


Nesse contexto, merece destaque a infância em seus diferentes aspectos e, mais detalhadamente, o dia-a-dia da criança em relação ao contexto e à convivência em geral e, para analisar a situação em que as crianças estão inseridas, é necessário se ter em mente o alinhamento de expectativas e condições de compreensão de acordo com cada faixa etária. No entanto, antes de se chegar a qualquer conclusão, é essencial que se parta de um mesmo ponto, ou seja, que a comunicação e sentimento percebidos por uma criança são diferentes.


Tais aspectos são questões de amadurecimento e construção de uma vida com que elas, as crianças, lidam atualmente, convivendo em um meio ambiente em total desequilíbrio, não abordando aqui o meio ambiente natural apenas, mas o social, o familiar e, mais recentemente, o escolar. Consequentemente, além de suas próprias questões intrínsecas, existe um novo modo de viver com que sequer os próprios adultos sabem exatamente o que fazer.


A partir desse pressuposto, muito se fala sobre a "geração da Pandemia" e, como exemplo, vale serem observados os hábitos de funcionamento estrutural da escola que não são modificados desde a Revolução Industrial e que precisaram, por necessidade de sobrevida, serem reestruturados em poucos meses e, de uma hora para a outra, a instituição escola foi obrigada a mergulhar, literalmente, "de cabeça” na era pós-digital transformando relações, interações, comportamento e aprendizado.


Assim, o Brasil, como um país novo se comparado aos do Velho Continente, não só se percebeu sem as competências e habilidades para lidar com necessidades primárias como fome, moradia e saúde, mas também com as diferenças agravadas pela pandemia que escancarou a infância como uma contradição, pois a alegria e a espontaneidade infantis passaram a ser percebidas como mais possíveis para uma e quase que inatingíveis para outras.


Portanto, mais do que pensar em deixá-las em pé de igualdade para competirem, anos à frente, no vestibular, pois no "vai dá valsa" da vida, como bem caracteriza a linguagem, os anos anteriores vividos em época de conflito como a pandemia tornam-se flutuantes, com ausência de micro objetivos, sem clareza no desenvolvimento de habilidades e competências, sendo feitos de pequenos momentos de "incêndio e de apagar fogo", comprometendo o fato de que crianças precisam ser crianças, com toda a carga que traz o verbo "SER": viver, explorar, sentir, ter direito.


Como se sabe, o desenvolvimento do corpo humano sinaliza claramente as etapas desse desenvolvimento, considerando o cérebro trino - reptiliano, límbico e neocortical - ao definir que a principal habilidade que um adulto precisa desenvolver é a empatia que, na realidade, caracteriza o grande valor capaz de mexer estruturalmente na sociedade.


Assim, em meio a essa situação inesperada, convive-se com crianças mais dependentes, menos pacientes, com horas de tela no currículo e, infelizmente, muitas vezes vítimas da incompreensão e da violência. Consequentemente, é um novo cenário bastante desafiador que se instalou também para desalojar e buscar soluções. É uma situação nova, porém nada é tão sólido que não possa mudar, confirmando que universos diferentes ficam ainda mais distantes, como ter ou não ter internet, tablet, banho quente ou comida, tudo está inserido no mesmo contexto.


Querendo ou não, as crianças são o futuro.

Fica, então, o desafio.



Por: Lívia Borelli Valentim


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