Por: Silvia Brandão
Maria Quitéria de Jesus nasceu em Feira de Santana, na Bahia, em 27 de julho de 1792. Entrou para a história do Brasil como a mulher que desafiou os padrões sociais e culturais de sua época ao se alistar no Exército Brasileiro durante a Guerra da Independência.
Naquela época, não era permitido que mulheres fizessem parte do exército. Mesmo assim, Maria Quitéria decidiu se alistar. Emprestou uma roupa de seu cunhado, cortou os cabelos bem curtos e, assim disfarçada de homem, usou o nome de seu irmão falecido, João Maria da Silva. Dessa forma, conseguiu ingressar no 6º Batalhão de Voluntários da Bahia. Ela estava determinada a lutar contra o domínio português na Guerra da Independência, entre 1822 e 1824.
Conta-se que suas motivações estavam relacionadas ao seu senso patriótico e à suas habilidades para enfrentar a batalha. Maria Quitéria, ao se alistar, “já era uma moça que montava e usava armas de fogo” (CARARO E SOUZA, p. 34). Tinha habilidade com armas e dominava as matas da região onde morava.
Uma vez infiltrada no 6º Batalhão, teve a oportunidade de demonstrar sua determinação, destreza militar, talento com as armas e coragem em combate. Podemos afirmar que sua participação ativa em várias batalhas contribuiu positivamente com as forças brasileiras na Guerra da Independência.
Durante algum tempo Maria Quitéria conseguiu esconder sua verdadeira identidade. Quando descoberta, enfrentou resistência, preconceito social, ceticismo e desaprovação, pois sua participação militar como mulher desafiara as normas de gênero da sociedade da época.
Após a guerra, Maria Quitéria foi, inicialmente, excluída dos benefícios prometidos aos veteranos, enfrentando dificuldades. No entanto, mesmo que tardiamente, recebeu reconhecimento por suas contribuições. A concessão da Imperial Ordem do Cruzeiro e a pensão vitalícia foram gestos significativos de reconhecimento por parte do governo brasileiro. Além disso, em 1953, o ministro da Guerra ordenou que o quadro de Failutti estivesse presente em todos os quartéis e unidades do Exército. Em 1996, a baiana se tornou Patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro. (CARARO E SOUZA, p. 37)
Maria Quitéria faleceu em 21 de agosto de 1853, mas seu legado vive como um símbolo de coragem e determinação. Ao longo dos anos sua história foi resgatada, inspirando diversas representações artísticas, como peças teatrais, livros e monumentos.
Referência
Cararo, Aryane; de Souza, Duda Porto. Extraordinárias: Mulheres que revolucionaram o Brasil Editora Seguinte. Edição do Kindle. s/ data.
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